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#145 - Impostoras ao quadrado, Free Willy, pautas LGBTQIA+ e comida de boteco reinventada!
Guia EYN

Edição #145
Guia autêntico de cultura & experiência com indicações valiosas, que valem o seu tempo, do que ler, assistir, visitar, comer, experimentar e comprar.

![]() NetflixFingir um câncer terminal, manipular milhares de seguidores e ainda faturar uma fortuna com a farsa. Este é o pano de fundo de Vinagre de Maçã, série que mergulha na história surreal de Belle Gibson - uma influenciadora australiana que construiu um império alegando ter vencido um câncer terminal apenas com dieta natural e terapias alternativas. A verdade? Ela nunca esteve doente. Surfando na crista da onda wellness, Belle não poupou estratégias: lançou um aplicativo bombado, publicou um livro de receitas e, para adornar sua imagem de santa, prometeu generosas doações para instituições de caridade. O dinheiro? Bem, esse ficou em seu próprio bolso. O castelo de cartas desmoronou em 2015, quando os jornalistas Beau Donelly e Nick Toscano desmascaram o esquema em uma investigação que virou livro: The Woman Who Fooled The World - hoje, a base da série. | ![]() MubiEsses dias, descobri nas rondas pelo Prime, Ninjababy. Me interessei pela premissa e fui pega logo de cara pelas intervenções com animação e ilustrações que o longa traz. O filme joga na cara, com um humor afiado e zero concessões, o caos de uma gravidez indesejada. A protagonista, Rakel, descobre do nada que está grávida de seis meses e precisa lidar com essa bomba enquanto tenta manter sua vida nos trilhos. O filme norueguês mistura comédia, animação e reflexões brutais sobre maternidade, escolhas (ou a falta delas) e o que significa realmente crescer. Uma pérola indie que não tem medo de ser real. |

Se você aprecia livros que te forçam a encarar verdades inconvenientes, essa é leitura obrigatória

R.F. Kuang agarrou a indústria editorial pelo colarinho e escancarou uma das discussões mais desconfortáveis do mercado: apropriação cultural, racismo e a obsessão cega por status. Impostora: Yellowface é um soco no estômago disfarçado de thriller literário, onde June Hayward, uma escritora branca medíocre, rouba o manuscrito de sua amiga—e rival—Athena Liu, uma autora asiática superestimada pela mídia. O dilema? Athena morreu antes de publicar seu livro. A solução de June? Publicar a obra como sua e se transformar em um fenômeno. O livro é um tapa na cara da indústria, desnudando como o mercado editorial fetichiza narrativas de minorias, enquanto continua privilegiando escritores brancos. Kuang entrega uma crítica mordaz e sem rodeios sobre plágio, privilégios e a ânsia desesperada por validação. A escrita é cortante, a trama é envolvente, e o desconforto é inevitável.

![]() PodcastThe Good Whale: A história por trás do sonho de libertar WillyDe filme blockbuster a experimento científico revolucionário: o podcast The Good Whale narra a incrível e controversa jornada de Keiko, a orca que inspirou "Free Willy". Quando o público descobriu que o verdadeiro astro do filme estava doente em um parque no México, uma missão sem precedentes foi iniciada para devolvê-lo à natureza. Entre México e Noruega, a série em seis episódios revela os bastidores de um resgate que dividiu opiniões e levanta questões cruciais sobre liberdade, bem-estar animal e as complexidades de nossas melhores intenções. | ![]() PlaylistE se você acordasse numa comédia romântica?Essa playlist, Queria Viver Uma Comédia Romântica, é basicamente a trilha sonora da sua vida se você estivesse protagonizando aquele filme indie cheio de momentos fofos e uns contratempos existenciais. Com músicas que vão de indie suave a batidas melódicas, ela te transporta para cenas de paquera no café, olhares cruzando no metrô e aqueles dias preguiçosos esperando o telefone tocar. Se você tem alma de protagonista de romance, vai adorar o clima nostálgico e fofo dessa seleção. |

Um mergulho na comunidade LGBTQIA+

O MASP abre suas portas para uma explosão de arte queer com Histórias LGBTQIA+, uma exposição que mergulha sem concessões na cultura, resistência e criatividade da comunidade. Esqueça o arco-íris comercial do mainstream—esta mostra coloca em primeiro plano artistas e ativistas que desafiaram convenções e reinventaram narrativas através dos tempos. Reunindo mais de 150 obras e uma vasta coleção de documentos históricos, a exposição se desdobra em oito núcleos temáticos, navegando desde expressões de amor e desejo até manifestações de espiritualidade e enfrentamento. Mais que uma celebração, é um manifesto vivo de como a arte sempre foi instrumento de resistência. Para quem busca aprofundamento, o MASP oferece cursos presenciais explorando as conexões entre arte e ativismo LGBTQIA+.
Quando: 13.12.2024 a 13.04.2025
Onde: Av. Paulista, 1578. São Paulo, SP
OBS: Terças-feiras: Entrada gratuita
Energias místicas e cósmicas e planetários reinventados
O Museu Oscar Niemeyer transcende fronteiras com O Olho da Noite, a nova exposição do artista francês Jean-Michel Othoniel. Esqueça o museu tradicional e silencioso—o icônico Olho se transformou em um planetário onírico, onde 12 esculturas de vidro, encarnando os signos do zodíaco, pairam sobre um mar de tijolos azuis que dialogam com a arquitetura visionária de Niemeyer. A intervenção de Othoniel extravasa para além das paredes. No espelho d'água, esculturas monumentais inspiradas em flores criam um diálogo surreal entre arte e espaço público. São 25 peças imponentes ao todo, conjugando vidro espelhado, aço inox e folhas douradas—uma manifestação física da aura mística que permeia o trabalho do artista. A mostra é uma reverência a Niemeyer, com quem Othoniel teve um encontro memorável no Rio de Janeiro. O resultado é uma experiência imersiva que entrelaça arte, arquitetura e cosmologia, transformando o MON em uma jornada sensorial pelo universo.
Quando: 22.11.2024 a 27.04.2025
Onde: Rua Marechal Hermes, 999. Centro Cívico, Curitiba, PR.
OBS: Quartas-feiras: Entrada gratuita
Confira nossos guias de cidade pelo mundo!

Comida de boteco: um combo de nostalgia e ousadia

O De Primeira, é aquele abraço gostoso entre tradição e inovação. O ambiente respira boteco - com piso de caco, azulejos vintage e atmosfera despojada - mas carrega uma elegância despretensiosa que conquista à primeira vista.
No cardápio, os clássicos ganham uma repaginada que vai te fazer querer experimentar tudo: tem ovo de codorna empanado, vinagrete de polvo, empada de moela, coxinha com creme de milho (uma verdadeira delícia) e até risole de rabada que vem com glace de carne. O destaque? Um torresmo revolucionário: barriga de porco cozida em sous vide e envolta em tempurá, garantindo uma crocância memorável. Para completar a experiência, chope Brahma na temperatura ideal e coquetéis clássicos como rabo de galo e bomberinho com cereja fazem as honras da casa. Se você curte um rolê relax com comida boa e bebida melhor ainda, esse é o lugar.
Onde: Rua Aspicuelta 271, Vila Madalena, São Paulo
Comida náutica em uma cidade histórica

Escondido nas margens de Paraty, o Gastromar é um refúgio onde gastronomia e espírito náutico se fundem em perfeita harmonia. Na cozinha, a chef Gisela Schmitt transforma ingredientes simples em experiências sensoriais arrebatadoras. O destaque? As ostras de Barra Grande - tão frescas que parecem ter sido colhidas do mar momentos antes de chegarem à sua mesa.O ambiente é um convite ao descanso: charmoso e exclusivo, com aquela atmosfera que pede para você desacelerar e saborear cada momento. Uma verdadeira descoberta para quem busca uma escapada gastronômica memorável em Paraty.
Onde: BR101 km 578,5, Marina Porto Imperial. Paraty

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