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#153 - Convida: Vinícius Francisco Alencar

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#Edição 153

Vinícius Francisco Alencar cresceu achando que seria professor de história ou letras — até que, na adolescência, tropeçou no universo da moda e nunca mais saiu. Estudou styling e história da arte antes de começar sua trajetória profissional como estagiário no lendário site CHIC, de Gloria Kalil, em 2011. De lá, seguiu para a Vogue Brasil, onde ficou por cinco anos, dividindo-se entre o digital e a revista impressa. Também assinou roteiros de campanhas para marcas como Arezzo e Vivara, na GB65 de Giovanni Bianco. Desde 2020, está no FFW, onde hoje é editor de moda. No Instagram, mistura bastidores do trabalho, recortes pessoais e reflexões afiadas sobre cinema, séries e arte.

Um superpoder que você gostaria de ter

Ser imortal, algo que, no fundo, eu acredito ser. Acredito em outras vidas, em todas as possibilidades misteriosas do universo. Para alguns pode soar angustiante, para mim soa como algo libertador.

Um conteúdo que o inspirou recentemente

Nossa é um artigo de 2023, mas que de tempos em tempos eu revisito "Why internet isn't fun anymore?". São muitos caminhos, mas nos faz refletir como as redes sociais se transformaram em redes de conteúdo.

Uma palavra que vale a pena conhecer

Acho que estamos em um momento que devíamos desconhecer palavras, na verdade. Potente, cirúrgico, refinado, diferenciado, repertório, storytelling... são inúmeros termos que perderam totalmente o sentido.

Um conselho que vale a pena compartilhar

A vida não para por causa da morte. A vida é um rio que segue o seu percurso, seu fluxo, seu caminho... E a morte, ao modo dela, também. Não se deixe paralisar nem pela vida, nem pela morte.

Um podcast que vale a pena ouvir

Fashion Neurosis da Bella Freud, que como o sobrenome sugere, é bisneta de Sigmund Freud. Ela consegue reunir convidados que temos todos curiosidade de saber mais: Julianne Moore, Haider Ackermann, Jonathan Anderson, Honey Dijon... a moda é tratada de uma forma não ordinária.

Um livro que vale a pena ler

As Ondas da Virginia Woolf é meu livro-amuleto, mudou minha percepção de mundo, de narrativa, de observação. Me apresentou uma nova forma de compreender o senso de individualidade. E o conto "Amor" de Clarice Lispector, a imagem do cego mascando chicletes e aquela descrição do Jardim Botânico, jamais saíram de mim.

Se pudesse participar de um desfile histórico, qual seria

Nossa... tantos. A coleção Voss de Alexander McQueen, em 2001. A coleção Scandal de Saint Laurent, em 1971. Se o John Galliano voltasse a Dior queria ver isso de perto, já que eu esperava dar meia noite para assistir seus desfiles nos anos de internet discada.

Descobri recentemente um designer/marca que...

Nossa são muitos, afinal faz parte do meu trabalho essas descobertas. Internacionalmente estou fascinado pela turca Dilara Fidikoglu, torcendo para que ela ocupe em breve a direção criativa de alguma marca grande, como aconteceu com Duran Lantink, que acaba de assumir a Jean Paul Gaultier. No Brasil, eu amo o que o Antonio Castro da Foz vem fazendo e a dupla por trás da Normando.

Chemise Adélia Jacquard Roseiral da Foz

Uma contradição na indústria da moda que te intriga

A moda é toda contraditória. Em todos os âmbitos e sentidos. Ela se faz de acessível, mas não é. É essencial, mas se impõe como ultra especial. É utilitária, mas pode ser fantasia. É expert em se definir atemporal, mas ama uma temporalidade. Adoro tudo isso, mas adoro ainda mais quando a moda é a ferramenta que desencareta o mundo e nos faz sonhar.

Uma causa que está em meu coração

A proteção animal sempre me pega de uma forma ou outra. Fui vegetariano em 2011 por apenas 8 meses, o que pode causar risos quando lerem, mas não acredito que isso anule o que acredito – e tenho Francisco de Assis no nome, uma coincidência que sinto ter influência.

Se pudesse jantar com três personalidades históricas, quem escolheria e por quê?

Pier Paolo Pasolini, Elsa Peretti e Bianca Jagger... o único problema é que tenho certeza que esse jantar se tornaria um after. Primeiro porque Pasolini é pisciano e ultra romântico, enquanto Elsa e Bianca são ambas taurinas. As discussões seriam intensas e longas... até demais!

Seu lugar favorito em SP

Sem sombra de dúvidas, a Pinacoteca. Eu amo todo o entorno, o jardim, aquela paisagem que a minha mãe dizia ter visto quando chegou do interior em São Paulo pela estação Júlio Prestes. Imagine algo que existe desde 1905 e permanece como uma joia mesmo em meio ao caos? Então!

Uma peça "fora de moda" que você se recusa a abandonar

Eu odeio calça, na verdade, mas todas as que tenho são corte reto. Podem fazer a calça larga que for, do jeito que for, eu sempre vou usar a mesma modelagem e tá tudo certo.

A história por trás da peça mais significativa do seu guarda-roupa

Minha mãe ter me vestido diferentes vezes de marinheiro quando eu era pequeno, sendo que ela odiava o mar e eu só fui aprender a nadar com 30 anos. Simbólico, não? Significativo... talvez...

Uma questão existencial que te acompanha há tempos...

Da nossa existência nesse planeta. Eu acredito que existiram outras formas inteligentes de vida na Terra. Acredito na ciência, claro, mas também em algo oculto que ainda não temos sabedoria para compreender. Pareço lunático ou apenas esperançoso?

Uma frase que vale repetir

"Vai ficar tudo bem, meu bem", como minha mãe repetiu tantas vezes e eu sigo repetindo para mim.

Quando eu quero me sentir bem, eu…

Saio para caminhar sozinho, seja de manhã, de tarde ou madrugada. O clichê do "não é terapia, mas é terapêutico". Me ajuda a refletir, roteirizar, criar falsos cenários, ensaiar diálogos e enxergar situações difíceis de uma forma macro.

Meu lema é

"Do meu lado nem eu, contra mim até eu...". Sou Virgem com lua e ascendente em Capricórnio. Nada de ruim ou nem a maior crítica feita por alguém será maior do que as que já faço para mim mesmo. Falo sempre num tom de piada, mas que tem super um grau de verdade.

Uma receita que vale a pena testar

Banhos de ervas. Independente da sua religião ou crença. Plantas possuem poderes mágicos. Não importa se chama de ritual ou receita, mas a fé que você coloca no preparo.

Uma conta do Instagram que vale a pena seguir

Vai parecer convencimento? Talvez... Mas desde que assumi o lugar de editor do FFW, eu acredito que cada vez mais tem sido um veículo que mostra o que eu sentia falta em outros perfis, não só os assuntos, como a forma e a linguagem.

Meu app favorito

Eu sigo usando o Tumblr hahahaha... Desde novembro de 2009! Não tem a pretensão do Pinterest e ocupa um lugar meio sentimental e com cara de diário para mim.

O único artista cujo trabalho eu colecionaria se pudesse

Leonilson, amo desde a adolescência. Sempre fui às exposições dele sozinho, pois todas acabam sendo meio que um ritual, em que peço licença para entrar em seu universo.

José Leonilson,  Ninguém (Nobody), 1992. Photo: Edouard Fraipont

Um filme que vale a pena assistir

Ligações Perigosas com Glenn Close, Bye Bye Brasil do Cacá Diegues, Persona do Bergman, Eclipse do Antonioni e La Chimera, um dos recentes que mais me marcaram. Meu top 5... Mas se ainda couber, o Bebê de Rosemary, Saló ou 120 dias de Sodoma e qualquer um do Cronenberg e Dario Argento.

Um hábito que vale a pena cultivar

Escrever, mesmo que seja só para você. As palavras dão forma aos momentos em que sentir não basta.

Qual objeto do seu dia a dia melhor representa sua personalidade?

Meus óculos, já que me acompanham até o banho.

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