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#163 - EYN Convida: Pedro Ichimaru
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#Edição 163
Pedro Ichimaru estudou eletrônica, arquitetura e contabilidade, morou em São Paulo, Tóquio e Madri, desenhou, projetou e fez muita conta pra, em 2019, cofundar a Somauma, uma incorporadora e construtora focada no Retrofit, a requalificação completa de prédios antigos. Juntando arquitetura, design e sustentabilidade, a marca vem trazendo cada vez mais oportunidades de moradia e investimento para o Centro de São Paulo e espalhando suas sementes por todo o Brasil. Trocou o futebol de uma juventude inteira pela corrida de rua, e hoje vive equilibrando o pratinho do treino para as maratonas com o da missão de transformar o mercado imobiliário e a maneira como construímos as cidades brasileiras.
Um prédio que te ensinou mais do que muitos livros
Clichê, mas verdadeiro: o prédio da FAU-USP, Edifício Villanova Artigas. Um pouco pelo que arquitetura faz com os nossos sentidos, e um muito pelo que a arquitetura faz com as relações entre as pessoas. Um lugar onde o desenho dos espaços dita e provoca trocas, esconderijos e convivência, pro bem e pro mal.

FAU-USP
Uma ideia ultrapassada sobre o urbano que a gente precisa deixar pra trás
De que cidade boa é cidade que funciona, no sentido mais fordista do termo.
Um detalhe arquitetônico que você nunca esquece quando vê
Marquises, que são abrigo e convite.
O que é “beleza” pra você, quando falamos de cidade?
É acesso público em espaço privado e cuidado privado com o espaço público, funcionando de perto e em harmonia.
Um livro que vale a pena ler
Rayuela, de Julio Cortázar. Um livro projetado com a complexidade de um prédio, cheio de entradas e saídas, que exige várias visitas até que se possa dizer, com alguma segurança, que se conhece sua estrutura e se sabe onde está. Ele revolve as grandes perguntas sobre o amor, a arte, a vida e a morte, com personagens tão reais quanto fantasiosos, conduzindo o leitor por uma Paris urbana, cenográfica e enigmática.

Um hábito diário que nutre sua criatividade
Manter um hiperfoco sazonal, em algum assunto que fora do seu dia-a-dia: o calendário de missões espaciais, a história da família Buarque de Holanda, os mais profundos mergulhos em apneia. Criatividade tem a ver com novas relações entre coisas conhecidas e quanto mais inteligências pra cruzar, melhor.

A casa de Sérgio Buarque de Holanda
Um sonho recorrente – literal ou metafórico
Voar, literal e metaforicamente.
Um lugar onde o tempo passa diferente
No parque, às 5h30 da manhã, quando a cidade e o sol ainda não acordaram. Um recorte no tempo, onde as coisas tem seu próprio começo, meio e fim, antes de o relógio do mundo real começar a correr.
Uma questão existencial que te acompanha há tempos...
Ser radicalmente livre tem tudo a ver com ser profundamente enraizado.
Uma intervenção urbana que te move
O carnaval de rua. Descoberta urbana, flâneur em festa, e comunhão pública.
Uma cidade que te emociona — não pela estética, mas pela lógica
A Cidade do México, que começou sendo uma ilha num lago e ocupou-lhe todo até secar de tudo. E mesmo que tragédia ambiental, é quem mais guarda e homenageia a memória dos seus povos originários dentre as metrópoles das Américas.

Um arquiteto que admira e por quê?
Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas, pelo tamanho da capacidade inventiva e produtiva que fez sua história resistir a tantos anos de silêncio e poder voltar a ser contada em pleno século XXI.

O que aprendeu ouvindo quem mora nas cidades e não quem projeta pra elas
Que o improviso também é linguagem.
Uma planta que deveria estar em todos os lares
Espada-de-São-Jorge, por que sobrevive mesmo quase sem cuidado e afirma a resiliência da natureza em se fazer presente nas nossas vidas.

Se pudesse jantar com duas personalidades históricas, quem escolheria e por quê?
Maria de Nazaré e Dandara dos Palmares — pra ouvir das mulheres uma parte da História que, até hoje, quase sempre aprendemos pelos olhos e palavras dos homens.

Dandara dos Palmares
Uma mudança simples que tornaria qualquer bairro mais humano
Portão baixo e padaria na esquina.
Um pedaço de São Paulo que ainda te dá esperança
A Avenida São Luís. Histórica, reinventada, urbana, arborizada, habitação, escritório, comércio, do popular ao sofisticado. E ainda praça, museu, biblioteca, corredor de ônibus, estação de metrô, tudo isso num só quarteirão. A cara do Centro que funciona, aqui no sentido mais jane-jacobista possível.

@REFUAS
Um filme que vale a pena assistir
Um filme, em três atos, gravados ao longo de dezoito anos: Before Sunrise, Before Sunset e Before Midnight. Retratos de cidades bem feitas e de relacionamentos profundos, duas coisas que dão muito trabalho e valem muito a pena.

Uma conta do Instagram que vale a pena seguir
O @pulpbrother, um cruzamento de surrealismo contemporâneo e arte pop minimalista. Despretensioso, às vezes diverte, às vezes inspira, às vezes provoca e às vezes só ilustra a vida crua como ela é.

Um conselho que vale a pena compartilhar
Tudo na vida, sem exceção, tem um lado bom. Pode soar caricato, mas se você tiver coragem de sempre procurá-lo, eu garanto que sua vida vai ser melhor.
Um conteúdo (artigo/post etc…) que o inspirou recentemente e por quê?
"Hoteis que vão te deixar com vontade de jogar tênis”, pra fugir da realidade por um momento, depois de vinte perguntas difíceis!
Na minha geladeira sempre tem
Água gelada, bebam sem moderação!


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