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#164 - Crônica millennial, finitude, inverno, Mallorca, encantamento e mais!
Guia EYN

Edição #164
Guia autêntico de cultura & experiência com indicações valiosas, que valem o seu tempo, do que ler, assistir, visitar, comer, experimentar e comprar.

![]() NetflixComédia romântica com cara de crônica millennialEstreou nesta semana Too Much, nova série da Lena Dunham em parceria com o marido, Luis Felber. A protagonista é uma nova-iorquina workaholic que, depois de um pé na bunda, se muda para Londres em busca de recomeço — e encontra um músico indie com charme britânico e muita bagagem emocional. É sobre o caos dos encontros modernos, com diálogos afiados, red flags tratadas com empatia e um romance que flerta com a fofura sem virar açúcar demais. O trailer me deu vontade de assistir - parece bem divertida e ótima para desopilar a mente! | ![]() NetflixSegredos de família em 1979 — que ainda dizem muito sobre 2025Baseada no romance de Mukoda Kuniko, Asura é uma joia japonesa sobre quatro irmãs que descobrem o caso extraconjugal do pai e, a partir daí, começam a encarar o que vinha sendo varrido pra debaixo do tatame: as expectativas, os silêncios, os dilemas sobre casamento, maternidade, liberdade. A ambientação no Japão dos anos 70 é impecável (filmado em película, parece uma foto antiga que ganhou movimento), mas o que mais impressiona é o quão atual tudo parece. Porque o que significa "ser feliz como mulher" ainda é uma pergunta sem resposta — e Asura tenta respondê-la, uma briga, um riso e um abraço entre irmãs de cada vez. |

Três mulheres, um silêncio que atravessa gerações

A paulista Aline Bei retorna com mais um romance de cortar em silêncio. Em Uma delicada coleção de ausências (Companhia das Letras, 2025), ela costura três gerações de mulheres — Laura, Margarida e Filipa — unidas por afetos, silêncios e cicatrizes que atravessam o tempo. Entre leituras de mão na feira, uma casa em Belva e o peso invisível do cuidado, Bei entrega uma narrativa sensível sobre infância, envelhecimento, maternidade e tudo o que fica no meio. Como nos livros anteriores (O peso do pássaro morto e Pequena coreografia do adeus), sua prosa toca o corpo antes da cabeça — e lembra que nem toda ausência é falta.

Quando o comum vira encantamento!
Artistas que fazem do ordinário algo extraordinário
Um tubo de pasta de dente, um pedaço de sabão, uma sacola plástica. Nas mãos certas, até o mais trivial ganha outra dimensão. A beleza está nos detalhes — e, muitas vezes, ela se revela em silêncio.
Na vida também é assim. Há dias em que tudo parece igual: a mesa posta com os mesmos pratos, a poeira no mesmo canto, a rotina ensaiando os mesmos gestos. Mas existem pessoas que enxergam além. Que transformam o banal em poesia, escultura, manifesto. Artistas que ampliam o olhar e revelam o encanto escondido no cotidiano.
Fizemos, junto com o C6 Bank, uma curadoria especial de artistas que são mestres em transformar o ordinário em algo surpreendente — para inspirar você a desacelerar o olhar e perceber o extraordinário onde ninguém mais vê.
Às vezes, basta um gesto sutil para mudar todo o cenário. Um voo que começa com mais conforto. Um café num lounge entre escalas. Uma troca que vale mais do que o esperado — e não precisa esperar.
Com o cartão C6 Carbon, cada compra se converte em possibilidades:
✨ até 3,5 pontos por dólar gasto no crédito, com pontos que não expiram;
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✨ troca de pontos por passagens, produtos, cashback e muito mais — direto no app.
Sem ruído. Sem pressa. Só o poder de transformar o comum com elegância.
Crédito sujeito a análise.

Rachel Whiteread - transforma espaços vazios em esculturas sólidas. Seu material favorito? O invisível. Por que olhar: Rachel nos mostra que até o que não se vê tem forma, peso e memória. Obra icônica: House (1993) — um molde em concreto do interior de uma casa vitoriana condenada a demolição.
Vik Muniz - cria imagens com lixo, açúcar, chocolate e poeira. Depois fotografa tudo em altíssima definição. Por que olhar: O que você joga fora pode virar arte. Literalmente.Obra icônica: Pictures of Garbage, série feita com catadores no Jardim Gramacho, no Rio.
Maren Hassinger - trabalha com materiais industriais — sacolas plásticas, jornais, fios — criando instalações poéticas e em movimento.Por que olhar: O ordinário, em fluxo, vira poesia. Obra icônica: Love (2008) — sacolas plásticas que se transformam em flores delicadas.

Luisa Hübner - brasileira, fotografa cenas domésticas com delicadeza quase cinematográfica. Por que olhar: Como ver beleza numa colher na pia? Pergunta pra Luisa.
Tom Friedman - artista obcecado por detalhes, usa materiais como sabão, papel alumínio e até cabelo humano. Por que olhar: Nada é tão banal que não possa virar obsessão — ou arte. Obra icônica: Untitled (Toothpaste) — uma escultura feita com tubos de pasta de dente amassados.
Laura Lima - mineira, transforma a ausência em presença. Instalações em que quase nada acontece — e é isso que faz pensar. Por que olhar: Laura brinca com o que está ali, mas não devia estar. Ou devia? Obra icônica: Marra — uma sala aparentemente vazia, mas com um corpo escondido sob o carpete.
Erwin Wurm - artista austríaco que usa objetos do dia a dia em esculturas performáticas absurdas. Por que olhar: O ridículo do cotidiano, elevado à categoria de arte. Obra icônica: One Minute Sculptures — pessoas fazendo poses absurdas com objetos banais.
Michael Wolf - fotógrafo alemão que captura a beleza crua da vida urbana — roupas no varal, janelas lotadas, paredes mofadas. Por que olhar: Cada canto desimportante pode ser um retrato de nós mesmos. Obra icônica: Tokyo Compression — retratos de passageiros espremidos no metrô.

© "Tokyo Compression" Michael Wolf


![]() PodcastTalvez você precise ouvir isso agoraO Finitude não é novo. Está no ar desde 2018, apresentado pelos jornalistas Juliana Dantas e Renan Sukevicius, e talvez você até já tenha cruzado com ele por aí — mas deixado pra depois. Tudo bem, nem sempre a gente está pronto pra pensar no fim. Mas se você anda ruminando sobre o tempo, os ciclos, as perdas ou simplesmente quer escutar conversas profundas e sensíveis sobre o que é finito (especialmente a vida), talvez esse seja o momento certo. Sem pressa, sem drama: só escuta honesta sobre o que quase ninguém gosta de dizer em voz alta. | ![]() PlaylistNova estação, nova frequênciaA partir deste inverno, Marina Schaffa estreia uma série de moodboards sonoros — playlists que traduzem, em música, o espírito minimalista, atemporal e elegante da marca. Uma curadoria feita à mão (e ao ouvido), pensada para acompanhar a estação no seu ritmo: sem pressa, sem algoritmo, sem modismos. primeiro volume, sons que aquecem por dentro e abrem espaço para descobertas… Porque elegância também se ouve. |


Para ler ao som desta playlist - que ouvi a caminho de Es Trenc.
Enquanto eu jantava durante o pôr do sol no Sa Pleta by Marc Fosh, em Mallorca, dividida entre o êxtase com o lugar, o menu criativo e delicioso — destaque para a gamba local, de Soller, — e a extrema atenção ao detalhe da equipe (hola, Marta e Pepe!), eu pensava no que tinha me trazido até ali. Obviamente a EYN e o meu amigo Matheus, que escolheu o destino. Mas, antes disso, as faculdades de História ou de Jornalismo? O intercâmbio em Salamanca? Ou talvez o dia em que assisti a Habla con Ella na sala do meu tio Hércules, ainda adolescente, e decidi que iria para a Espanha todas as vezes que a vida me convidasse?
O fato é que somos um pouco — ou muito — de tudo que vemos, vivemos e das pessoas que passam pelo nosso caminho. Não podemos fugir das referências que nos levam às experiências. Mas o que acontece se as decisões ao viajar são simplesmente “copiar e colar” o que nos oferecem as redes sociais - sem saber se são autênticas ou se fazem sentido pra nós?
Segundo uma matéria do Le Monde, nos últimos quatro anos, o conteúdo digital relacionado a turismo explodiu: até 420% no TikTok. No Instagram, quase dois milhões de posts sobre viagem foram feitos só em 2024. Muito culto a bons negócios, listas obrigatórias e eleições do “melhor” em várias categorias. Podem ser ótimas dicas, mas, caso o objetivo seja ser um viajante (não só um turista!), encontrar recomendações autênticas é fundamental.
Graças ao Torre de Canyamel, o único grupo familiar 100% mallorquino com quatro hotéis cinco estrelas na Ilha, vivi dias realmente idílicos.

Para quando o corpo pede um doce, mas a cabeça quer equilíbrio

Depois de conquistar uma clientela fiel online, a Canelle Healthy & Co. abriu as portas físicas no finzinho de 2024, em um endereço discreto e charmoso na Vila Nova Conceição. A proposta? Reimaginar a pâtisserie com leveza: doces sem glúten, lactose, açúcar refinado — e cheios de sabor. Tudo com aquele cuidado que só quem passou pelo Le Cordon Bleu e pela cozinha do wellness entende.
Por trás da marca está Victoria Caldini, que traduziu sua formação em inovação e bem-estar em um cardápio que acolhe desde quem tem restrições alimentares até quem só quer comer algo gostoso sem culpa. Os hits? O bolo de banana caramelizada, a torta banoffee e os bombons veganos crocantes.
Onde: Rua Doutor Sodré, 184 — Vila Nova Conceição, São Paulo
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