#118 - documentários emocionantes, robôs em Kyoto, arte modernista, a melhor cafeteria de SP e mais...

Edição #118

Guia autêntico de cultura & experiência com indicações valiosas, que valem o seu tempo, do que ler, assistir, visitar, comer, experimentar e comprar.

Refletindo sobre os dilemas da modernidade e a fragilidade da condição humana

A Montanha Mágica (1924), de Thomas Mann, é um dos romances mais importantes da literatura moderna. Ambientado em um sanatório para tuberculosos nos Alpes Suíços, o livro segue a trajetória de Hans Castorp, um jovem engenheiro que chega ao local para visitar seu primo e acaba permanecendo por sete anos. O sanatório, distante do cotidiano ‘normal’ da vida na cidade, funciona como uma metáfora para o afastamento do tempo e da realidade. Ao longo da narrativa, Hans se depara com diversas figuras emblemáticas que representam diferentes visões de mundo, como o humanista Settembrini e o místico Naphta. As conversas filosóficas entre eles refletem os debates intelectuais e culturais da Europa pré-Primeira Guerra Mundial, abordando temas como o progresso, a decadência, a morte e o sentido da existência. Mann utiliza o sanatório e seus personagens para explorar questões profundas sobre a natureza humana, o tempo e a doença, em um texto que mistura ironia, erudição e reflexão filosófica. 

Exposições itinerantes em espaços inusitados: a arte encontra a arquitetura

A Aberto, projeto idealizado por Filipe Assis, vem ganhando destaque internacional, inclusive com menção no Financial Times, por sua abordagem inovadora na apresentação de arte contemporânea. Esta iniciativa única combina exposições de arte cuidadosamente curadas com a arquitetura modernista de São Paulo, criando uma experiência imersiva que transcende os limites tradicionais entre arte, design e arquitetura.

Para a edição de 2023, a Aberto oferece uma oportunidade imperdível de explorar duas residências icônicas ligadas à comunidade asiática de São Paulo. As casas escolhidas pertencem a duas mulheres influentes na cultura brasileira: a renomada artista Tomie Ohtake e a arquiteta visionária Chu Ming Silveira. Esta seleção não apenas destaca o talento destas figuras proeminentes, mas também ilumina a rica contribuição da diáspora asiática para o cenário cultural brasileiro.

Ao abrir as portas destas casas modernistas geralmente inacessíveis ao público, a Aberto não apenas expõe obras de arte excepcionais, mas também promove uma maior consciência sobre o patrimônio arquitetônico modernista de São Paulo. Esta iniciativa convida os visitantes a uma jornada de descoberta, onde cada cômodo se torna uma galeria, e cada elemento arquitetônico dialoga com as obras expostas.

Quando: 11.08 a 15.09
Onde: Pela primeira vez em duas casas. Simultaneamente. Casa-ateliê de Tomie Ohtake, projetada por Ruy Ohtake; Casa projetada por Chu Ming Silveira.

A melhor cafeteria da cidade!

Preciso admitir que o Instagram do Pato Rei Café não é dos mais atraentes (é uma questão de gosto, você sabe como é). No entanto, isso não diminui o valor do lugar, que realmente merece a nossa recomendação. Localizado no Baixo Pinheiros, o café se destaca por sua proposta única e ambiente acolhedor.. Premiado pela @folhadespaulo, como a melhor cafeteria da cidade, o local oferece uma experiência gastronômica que mistura sabores brasileiros com influências internacionais. Recomendo marcar um brunch no final de semana e provar os cafés especiais, que são o grande destaque da casa. Se você prefere uma experiência mais tranquila, vá durante a semana à tarde, quando o ambiente está mais calmo, ideal para um lanche leve acompanhado de um bom livro ou uma conversa agradável.

Onde: Rua Ferreira de Araújo 353, Pinheiros